O GRANDE DESAFIO - 146 KM...
- Pra mim este desafio começou logo bem cedo pelas 06:00, do próprio dia, quando me levantei e fui trabalhar... a manhã passou normalmente, depois veio o almoço e durante a tarde foi planear (estudar) o percurso, visto que não conhecia nada por onde havia de passar e por volta das 19:00, já estava mais a Antonieta na zona da Expo,
onde seria dada a partida, aos poucos o pessoal foi chegando, uns de um lado outros de outro e lá nos fomos juntando debaixo da Pala Siza Vieira do Pavilhão de Portugal, também apareceram alguns familiares e amigos de atletas a desejarem felicidades aos participantes e a hora de partida aos poucos ia-se aproximando, levantamento dos dorsais e chip, verificar o material e ganhar coragem, porque nos esperam muitas horas a correr, a noite vai ser a nossa 1ª. companhia...
onde seria dada a partida, aos poucos o pessoal foi chegando, uns de um lado outros de outro e lá nos fomos juntando debaixo da Pala Siza Vieira do Pavilhão de Portugal, também apareceram alguns familiares e amigos de atletas a desejarem felicidades aos participantes e a hora de partida aos poucos ia-se aproximando, levantamento dos dorsais e chip, verificar o material e ganhar coragem, porque nos esperam muitas horas a correr, a noite vai ser a nossa 1ª. companhia...
- Fala-se em preparação psicológica, a preparação psicológica é a nossa força de vontade o nosso crer, de fazer sempre melhor, de vencer certas etapas e obstáculos da nossa vida a que nos propomos, a confiança... a dor e o sofrimento vivem juntos e no final a alegria por termos conseguido...
No meu caso estava com algum receio, pois andava com uma lesão, ainda de S. Mamede e estava um pouco apreensivo ao que ai vinha, primeiro objetivo, terminar...
E lá chegou a hora da partida, contagem decrescente, 10, 9, ...3, 2, 1 partida e boa sorte pra todos...
Relato das etapas resumidamente:
1ª. - Parque das Nações - Vila Franca de Xira, 31km - 02.48'
Às 22H00, foi dado o sinal de partida, principio de noite, fresca para correr, fomos pela zona da Expo até ao rio Trancão, virando à esquerda e seguindo em direção a Granja, Forte da Casa, virando à direita para a Povoa de Santa Iria, seguindo pela zona industrial, sempre à direita da linha do comboio, até Alverca, nesta zona comecei a sentir uma ligeira dor no gémeo esquerdo e tive medo que não pudesse continuar, fiquei mais para trás e fui aguentando, indo-se depois apanhar a N10, em direção ao Sobralinho e depois Alhandra, seguindo-se em direção à zona ribeirinha, apanhando-se o passeio pedonal ciclovia, até Vila Franca, onde estava instalado o abastecimento, logo à entrada do jardim da estação, havia de tudo, desde tremoços a frango águas, cervejas, nada faltava... bebi um pouco de água e uns tremoços e salgados amendoins e cajus...e foi seguir para Vila Nova da Rainha, terra das três mentiras, Vila, não é, Nova também não e Rainha muito menos...
2ª. Vila Franca de Xira - Vila Nova da Raínha, 13 Km - 01.15'
Saí eu e o Alexandre, seguimos entre a linha e o rio, passagem debaixo da ponte General Carmona, seguindo pela estrada do apeadeiro, Castanheira do Ribatejo, onde se juntou a nós o Carlos Marques, tendo deixado para trás o Jorge Serrazina, como não sabia o caminho foi connosco, passamos pelo apeadeiro do Carregado, virar à esquerda e depois a 500m virar à direita e seguir em frente, após passarmos a N3, temos o abastecimento logo ali...Uma sande de presunto, água e amendoins e sem perder muito tempo, lá fomos em direção a Valada...
Aqui fomos informados de algumas desistências, caso do Arsénio e do Jorge Serrazina... e que iam uns 5 ou 6 à nossa frente...
3ª. Vila Nova da Rainha - Valada, 20 Km - 02.05'
Deixamos o abastecimento, porque ainda há muito para palmilhar, nós 3, eu o Alexandre e o Carlos e seguimos até à N3 até à estação da Azambuja, onde passamos pela parte superior da mesma, para entrarmos na estrada das lezirias e seguirmos nesta cerca de 1km, e virarmos à esquerda para entrarmos num estradão, junto a uma vala, estradão este muito rijo e cheio de buracos e os meus pés já todos doridos, com isto tudo já são 03horas, depois entramos novamente na estrada das lezirias, onde encontramos um grupo de jovens escuteiros de Caxias... Reguengo, Quinta das Adelias, Mota de Frode e chegada ao abastecimento da Valada e 64kms, já foram...
Chegado ao abastecimento, à minha espera estava a minha mulher, o que me deu muito animo e apoio, nesse momento, bem como em todo o resto do percurso, o meu muito obrigado, para ela que me ajudou bastante até ao fim da prova...
No abastecimento encontrava-se o Pedro Marques, que se encontrava lesionado, mas teimosamente decidiu continuar e foi até Santarém, onde acabou por ficar, pra ele as rápidas melhoras, no meu caso troquei de sapatilhas, boa opção, enchi o camel de água e meti um pouco de spry frio nos joelhos e pés, com a ajuda dos amigos da Fisio-Masagem, Helena e Rui, que nos apoiaram até ao fim, os meus agradecimentos e foi hora de ir embora, até Santarém...
A minha chegada à Valada...
Mudar de ténis e refrescar um pouco...
Já doiam...
Um pouco de frio...
Preparar para mais uma... com o meu apoio
saída da Valada ... em direção a Santarém...
4ª. Valada - Santarém, 20 Km - 02.29'
04horas, saímos da Valada eu, o Alexandre, o Carlos, o Pedro e outro amigo, passamos por debaixo da ponte D. Amélia, nos Morgados e seguimos sempre junto ao Tejo, em estradão, terra batida e muito rija, com muitos buracos, o Alexandre o Pedro e o outro amigo, foram-se distanciando, tendo ficado eu e o Carlos mais para trás, muito antes apanhamos o outro amigo e até à ponte Salgueiro Maia, fomos juntos, aí começou a ficar dia e o abastecimento de Santarém também próximo, mas antes disso ainda tínhamos que subir a calçada da Junqueira, seguir para o Largo Cândido dos Reis, até ao largo do liceu Sá da Bandeira, na Praça Egas Moniz... Quando cheguei na companhia do Pedro, nenhum atleta se encontrava no abastecimento, comemos alguma coisa, mudei de meias e de camisola, troquei o camel pelo cinto e por volta das 07horas arrancamos para mais uma dura etapa de 18km.
5ª. Santarém - Santos, 18 Km - 02.31'
Cada vez os kms eram mais longos...
Saída do posto de abastecimento, Praça Egas Moniz, frente ao liceu Nacional Sá da Bandeira, eu e o Carlos, descemos pela estrada militar, local onde às vezes treino, seguindo até à rua Teofilo Braga, virando à esquerda para a N3 e sair novamente para a rua 19 de Março, passamos por uma grande rotunda, por debaixo da A1 e seguimos em direção a Azoia de Baixo, seguindo em frente, Estrada de Vale Flores, Advagar e estamos em Santos, abastecimento... comem-se mais umas cerejas fresquinhas e boas, mais uns amendoins salgadinhos e outros frutos secos, aqui já fazia a falta de sal e um pouco de água ou cola, aproveitar para tirar os ténis e arejar os pés que já estão demasiado doridos, aqui já eram umas 09:00 e 102kms, já cá estavam em 11 horas de prova... o calor nesta altura já se fazia sentir .
Ainda faltavam 3 etapas e já se começava a ver uma luzinha em direção à meta e assim parti para mais uma com a esperança de conseguir.
6ª. Santos - Monsanto, 16 Km - 01.55'
Esta foi a etapa que me correu melhor, talvez se calhar por ser o percurso mais bonito na zona de Olhos de Água...
zona muito fresca, com uma praia fluvial, que deu vontade de ir tomar uma banhoca, sem tempo a perder seguimos em frente, passagem por Nascentes de Alviela, uma zona onde havia moínhos e lá seguimos nós por estradão e asfalto até ao abastecimento, onde se encontrava ainda o Alexandre que já não avistava desde a Valada... isto prova que vínhamos a fazer uma boa recuperação... eu e o Carlos no 4º. e 5º. lugares...
zona muito fresca, com uma praia fluvial, que deu vontade de ir tomar uma banhoca, sem tempo a perder seguimos em frente, passagem por Nascentes de Alviela, uma zona onde havia moínhos e lá seguimos nós por estradão e asfalto até ao abastecimento, onde se encontrava ainda o Alexandre que já não avistava desde a Valada... isto prova que vínhamos a fazer uma boa recuperação... eu e o Carlos no 4º. e 5º. lugares...
Descansar um pouco, refrescar e ganhar algumas forças, porque só faltavam duas e a próxima era a mais pequena e íamos tentar ganhar algum tempo...Mas foi ao contrário...
Chegada a Monsanto, super descontraídos e cansadissímos eu e o Carlos...
Até deu para telefonar... a falar com o Sr. João
A Antonieta e o Arsénio a desejarem-nos boa sorte para a etapa seguinte, bem precisavamos, mas...
7ª. Monsanto - Minde, 11 Km - 01.59'
Saímos os dois para a etapa mais pequena com alguma força e vontade, pois as coisa estavam-nos a correr mais ou menos bem, na expetativa de conseguirmos juntar-nos ao Alexandre, mas saiu tudo furado, no Covão do Feto enganamo-nos no caminho, seguimos sempre em frente pela rua da Capela, até à estrada Nacional, a indicar o caminho para a direita Alcanena e esquerda Stº. António e seguimos para aqui, tudo bem, seguimos pelo lado esquerdo da faixa de rodagem, de frente com o trânsito, e as indicações para o trilho estavam no outro lado da estrada e não as vimos, fomos andando e estávamos já perto de St. António e nada de trilho, perguntamos a algumas que passavam de carro e não sabiam responder, andávamos para trás e prá frente e com tudo isto passou-se cerca de uma hora. Até que veio a nossa ajuda um ciclista que nos acompanhou durante a noite e nos indicou o caminho e lá fomos até Minde... desta vez já não houve vontade para comer nem descansar no abastecimento... e partimos para a última...
8ª. Minde - Fátima, 16 Km - 01.56'
A etapa anterior deixou-nos um pouco de rastos, mas mesmo assim demos o nosso melhor e lá fomos para chegar a Fátima onde estavam à nossa espera, começamos logo com uma subida em alcatrão para depois sairmos à direita para um trilho e estradão, sempre a subir até às antenas, zona das pedreiras, corríamos caminhávamos, conforme podíamos, o Pedro foi ficando para trás e lá fui eu os últimos 10 kms, o cansaço já era tanto que não podia deixar de correr e ainda me faltava cerca de uma hora, mas tinha que ir até ao fim, passado algum tempo e pensava que me faltavam 4 ou 5 kms, perguntei a um senhor se faltava muito para o santuário, falta cerca de 7 kms, disse ele, pensei deve estar a brincar comigo mas não, a vontade de chegar era tanta que nunca mais avistava o santuário, olhava em frente e só via pinheiros e alcatrão e pensava é já naquela curva mas não, tinha era de correr se queria lá chegar, até que por fim lá avistei o parque de estacionamento nº. 11 o qual tínhamos que atravessar em direção à capela nova, onde estava o Amigo Arsénio que me ajudou, acompanhou até onde estava a meta instalada, Praça Luís Kondor e foi assim durante 16.58'... Muita dor, muito sofrimento, muita força de vontade e de terminar, era importante para mim conseguir terminar... chorei de felicidade de raiva de dor por ter conseguido, penso que todos ou quase todos deixamos fugir uma lágrima quando chegamos...
Veja aqui as classificações
2 comentários:
Meu caro;
Isso é que é correr com prazer!!
Parabéns e boa recuperação.
Abraço
Xavier
http://josexavier1.blogspot.com
Obrigado... felicidades para vós.
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