segunda-feira, 29 de junho de 2015

Trail - Rosa Albardeira - Pombal

Rosa Albardeira, o que é?... será o nome de uma pessoa, pois eu pensava que sim, Para aqueles que pensavam como eu aqui vai uma pequena explicação...
Paeonia broteri ou Rosa albardeira... É esta linda flor.
... "É uma planta arbustiva, com até 70 cm de altura, com vistosas flores vermelhas ou cor de rosa. Tem folhas compostas, por vezes obovadas ou oval.lanceoladas, de coloração verde brilhante na face superior e glabras na face inferior, sésseis ou subsésseis, de ápice agudo, de 16 a 19 folíolos de 3 a 4 cm de largura. Caules glabros de 50 cm de altura, em cuja base apresente umas folhas de cor vermelha"...

Foi no passado dia 26 de abril, do presente ano, que se realizou a 1ª. Edição de Trail Running Pombal - SICÓ, prova com duas distâncias competitivas, denominadas, Ultra Trail Rosa Albardeira, na distância de 46km, Trail Cidade de Pombal, 25 km e uma caminhada na distância de 10 km.
Provas, estas organizadas pelos Bombeiros Voluntários de Pombal em parceria com a C. Municipal, cuja receita das inscrições, reverte na totalidade para a instituição do bombeiros, com a finalidade de aquisição de equipamento de proteção individual dos mesmos...
E onde há corridas de trail, se tudo tiver bem comigo, lá estou eu mais a minha Paixão e assim foi, mais um domingo a correr, desta vez foram os 46km... com um desnível positivo de 1600m.
- Numa manhã de inverno, com muita chuva e vento, lá chegamos à cidade de Pombal, ritual habitual, dirigirmos ao secretariado, instalado no Largo do Cardal, local de partida e chegada dos atletas, a fim de procedermos ao levantamento dos dorsais, bebericar um café quentinho, que nos soube muito bem e acabar de equipar dento do carro, porque a chuva teimava em parar, caindo com alguma intensidade, quase nem deu para cumprimentar os amigos presentes e a hora da partida estava a aproximar-se.
Foi isso que nós também fizemos, aproximamos-nos do local de partida, fazer o control inicial e esperar que deixasse de chover, ou pelo menos que aliviasse um pouco.
Presentes neste trail destacavam-se  dois grandes campeões, Nuno Silva a (jogar) correr em casa e o Ricardo Moreira, qualquer um dos dois seria o vencedor... e assim foi.
Como a chuva nunca mais parava, lá foi dado sinal de partida, já passavam alguns minutos da hora programada as 08H00.
Parte inicial da prova, pelo interior da localidade, um pouco de asfalto, para depois se entrar nas zonas rurais, percorrendo caminhos e trilhos da serra do Sicó, freguesia de Pombal, Pelariga e Ridinha.

Percurso com algumas dificuldades para correr, devido às características do terreno, muitas pedras, bons single tracks e algumas súdidas, pelo menos uma digna desse nome e alguns estradões, no geral um percurso bom este tipo de provas, passagem por uma pedreira.
No meu caso pessoal, iniciei a prova com algumas dificuldades e há medida que os kms iam passando, mais dificuldades ia tendo, devido ao cansaço, algumas dores musculares, mas depois daquela subida, a maior, lá bem no alto, o percurso era feito em estradão e a descer, aí tinha que compensar o tempo que caminhei e assim foi, consegui manter-me sempre com forças para correr , mesmo em trilhos mais pesados, com alguma lama, zona muito escorregadia,devido à chuva.
Os abastecimentos, não sei quantos foram, mas pelo que vi estavam bons, nunca faltou a água, raramente páro nos abastecimentos, marcações também muito boas...
Consegui terminar com o tempo de 04:17, ficando em 3º. lugar da geral e 1º. do escalão dos menos novos, nunca pensei que pudesse partilhar um pódio, na companhia destes dois grandes atletas...

O Vencedor foi o Ricardo Moreira, logo atrás o Nuno Silva .
Nas senhoras a vencedora foi Isabel Moleiro, com 05:21, seguida de Maria Antonieta, com 05:55 .

sábado, 27 de junho de 2015

Enduro Trail - CRP-Ribafria

E para recuperar do empeno da Madeira, nada melhor que esta prova, para descontrair, na companhia de grandes amigos e familiares, num percurso também ele muito bom, ..

- Realizou-se no passado 19 de abril, a IV Edição do Enduro Trail e o Trail Curto. Organização a cargo do CRP de Ribafria. A contar para o Circuito do Calcário.
O Enduro com uma distância de 35 km, divididos em 3 classificativas, corridas em contra-relógio e três troços de ligação. Percorrendo caminhos florestais, carreiros e campos da freguesia da Benedita, percorrendo ou cruzando nalguns troços de ligação caminhos de asfalto, onde o trânsito está aberto. As provas classificativas não cruzam qualquer caminho com trânsito automóvel.
O Trail Curto com uma distância aproximada de 9 km, percorrendo, maioritariamente a 3ª. classificativa do enduro, também percorrida em contra-relógio.
- Prova, diferente daquelas a que estamos habituados, muito bem organizada, com muito boas marcações, abastecimentos nos fins das classificativas, onde não podia faltar, a canja quentinha, e umas broas que eu adoro e outras iguarias, feitas pela família, Serrazina. Pelo que me toca, o meu muito obrigado, por nos terem acolhido tão bem... como eles sabem fazer...
Percursos, muito técnicos e com algum grau de dificuldade, o sobe e desce constante, em zonas de arvoredo, belos singles track e até para o ano...
- Consegui terminar na 4ª. posição da geral, com o tempo de 02.43'. 1º. + 50 anos.
Os vencedores masculinos foram: Guilherme Lourenço, com o tempo de 02.13', seguido por Délio Ferreira a 2m e por Nélio Almeida (Podacha) a 13m, do vencedor.
As vencedoras foram: Sara Brito, com o tempo de 02.50, seguida de Antonieta Sá, com o tempo de 03.36 e Carmen Pires, 03.37. 

Prova de amigos para amigos...
Veja aqui os resultados

sexta-feira, 26 de junho de 2015

MIUT - Madeira Island Ultra Trail

Aventura MIUT/2015, dias 9 a 12 de abril.
Bem cedo começou esta aventura e que aventura.
Madrugada de 5ª. feira pelas 04h, destino Aeroporto de Lisboa, arranjar lugar para estacionar a viatura, bem arrumada, dirigirmos-nos para o terminal 2, confirmar as passagens, enviar bagagens e esperar para entrar para o avião, partida às 07h10, em direção à Ilha mágica, Madeira... duração da viagem 01h30 e pelas 09h00, como previsto, encontrávamos-nos no destino.
Esperar pela bagagem, cumprimentar os amigos que seguiram no mesmo voo e seguir até Machico, de taxi, onde iríamos, ficar por algumas noites e dias...na "Residencial Família", a pouco mais de 500m do secretariado e local da meta, tal como havia planeado, ficar junto à mesma, para depois de concluir a aventura, tomar um bom banho, quente e descansar...
Chegados à residencial, também aqui, fizemos o cheque "in" e só depois nos fomos instalar.
- Após um ano, tínhamos regressado, aproveitamos para dar uma volta e matar saudades de Machico... nesse dia, mesmo a chover, ainda deu para ir até lá acima, fazer um pequeno treino, junto à levada que nos conduziria até à meta...
Ao fim da tarde, levantamento dos dorsais, assistirmos  ao briefing e jantamos na zona do "past party", pôr a conversa em dia, com alguns amigos...
Hora de ir descansar, dormir, porque a próxima noite, pelo menos essa, não vai haver cama para ninguém, muito menos dormir, não é que não haja vontade, mas temos outras obrigações, nestes dias quando necessitamos mais de descansar é quando não conseguimos, talvez devido ao stress... parece que mexe com o nosso organismo, todos queremos fazer o nosso melhor...
- No dia seguinte acordar pelas 09H00, tomar o pequeno almoço e dar um pequeno passeio, para descontrair, na companhia de um casal amigo, ida até ao Funchal, passagem pelo Mercado Municipal e por um dos locais obrigatórios, estátua do Ronaldo, mais umas voltas e fomos almoçar...
- Entradas, umas lapas e prato principal umas espetadas... e como bom alentejano, que me considero, um bom vinho do Alentejo. Excelente almoço, em muito boa companhia.
E assim se passou a manhã e início da tarde, visita à fábrica da aguardente de cana de açúcar e regressar ao ninho para descansar um pouco e acabar de preparar as mochilas e sacos, para quando chegar a hora do embarque estar tudo prontinho.
 
Equipa dos A20KM...
- E depressa chegou essa hora, autocarros a saírem junto às bombas de gasolina, a partir das 21h00, com destino a Porto Moniz, local da partida desta grande aventura, cerca de 1h e pouco de viagem.
Olha só para a carinha deles... 
- Nervossismo muito, desta vez mais, já sei o que me vai esperar, ao longo desta noite e durante o dia seguinte, muita humidade, calor, frio, muito frio, naquela zona do planalto, muito sobe e desce, grandes subidas, espero que o corpo corresponda e me ajude, não vai ser fácil e lá se foi aproximando a hora de entrarmos no controlo 0... 

e aguardar que seja dado o sinal de partida... para os cerca de 600 aventureiros, atravessarem a Ilha duma ponta à outra, 115 kms, com um desnível positivo de 6800m.
1º. objetivo - terminar dentro do tempo limite.
E pelas 00H00, foi dado o tão esperado, sinal de partida... 
Grande entusiasmo dos participantes, nesta fase inicial, ria-se, contavam-se anedotas, falava-se e assim se ia subindo, à medida que se ia subindo esse entusiasmo, foi ficando para trás,  e a vontade de rir ou brincar, desapareceu e deu lugar ao silêncio e o som que se ouvia mais era o respirar ofegante dos aventureiros e o bater do ferro, dos bastões, na calçada ou alcatrão...
Finalmente esta subida acabou para depois vir a descida aos SSS, quem estivesse já cá em baixo e olhasse para cima, só via luzinhas, umas atrás das outras... muito bonito de ver, a descida foi coisa de pouca duração, iniciou-se uma outra subida, agora já dentro da vegetação, muita humidade e muita vontade de correr, entramos junto à levada, que nos acompanha, uns bons 5 a 6 kms, para depois subirmos mais um pouco até ao 1º. abastecimento... Fanal, bem lá no alto, muito nevoeiro e algum frio, visão muito pouca, todo o cuidado era pouca e ainda faltavam cerca de 100 km...
Iniciava-se aí uma uma zona muito perigosa, devido às condições climatéricas e do terreno, pouca visão, devido ao nevoeiro e descidas muito perigosas, por veredas com muitas pedras e outros obstáculos... foi uma descida dos 1100m de altitude para os 300m, em Chão da Ribeira, 21 kms feitos, com alguma calma, porque o pior ainda estava para vir...
Aqui começou um dos percursos da prova que eu considero dos "mais dificeis", subir dos 300m até aos 1600m, numa distância de 8.500m, sempre a subir, nunca mais acaba aquela subida e quando se chega lá ao cimo, o frio que está... se pararmos gelamos, foi o que me aconteceu o ano passado e este ano esteve quase a ser outra vez... apareceram os vomitos de novo e a vontade de comer não era nenhuma, como nunca tinha caminhado com os bastões, os mesmos mantiveram-se sempre pendurados à mochila, ouve alguém que ainda comentou que se os levasse nas mãos poderiam ajudar e era menos esse peso nas costas... e o abastecimento no alto dos Estanquinhos nunca mais aparecia... 30km.
Finalmente, podia aquecer um pouco e assim foi, cheguei ao posto de abastecimento, enrolei-me num cobertor em frente ao aquecedor e estive uns bons 20m a aquecer as mãos e o resto do corpo... e segui viagem.
Mas sem antes tentar beber o caldo de uma canja, porque não tinha massa, era só mesmo água, a tremer e a tentar segurar a tigela direita... não era fácil, mas tinha que continuar, porque o ano passado já ali tinha ficado e não queria repetir...
Daqui para a frente era-me desconhecido o percurso, eram 5h e já ia com um desnível + de 2800m.
Daqui era descer, até ao próximo abastecimento, por trilhos e veredas, começava a clarear o dia, mas a progressão continuava a ser muito dificil, a cabeça queria continuar, mas o corpo pedia para parar, foi nesta altura que se juntaram alguns amigos e me ajudaram, mas não havia muito a fazer, o corpo não queria mesmo, não conseguia comer, nem beber e só de pensar em comida me dava vomitos...lá ia indo conforme conseguia e finalmente cheguei ao abastecimento 4º. Rosário ao km 39.
Pequena pausa, bebi um pouco de coca-cola, acho que não comi nada, tirei os bastões da prateleira e pela primeira vez que os usei, nunca mais os larguei, ajudam bastante, lá continuei e aos poucos fui ganhando animo e vontade para correr, talvez por ver passar os 1ºs. atletas da prova dos 85km... e assim consegui ir até ao próximo abastecimento, Encumeada aos 47 km.
Engoli mais uma sopa de água e saí cheio de energia para enfrentar mais uma etapa até ao Curral das Freiras, mas até lá, tive que dar bem aos chinelos, inicialmente a descer e olhava-se para o outro lado do vale viam-se umas manilhas, que viam do alto da serra até cá abaixo, qual o espanto quando me apercebi que tinha que ir subir aquilo tudo até lá acima, não foi tarefa facil, chegado ao alto, foi andar ao longa da serra, às voltas e nunca mais se chegava ao próximo abastecimento, até que lá ao fundo, se avistou a aldeia, onde poderíamos mudar de roupa e comer mais qualquer coisa, mas para lá chegar ainda havia uns kms para percorrer...
Acho que eram 10H00, quando lá cheguei e 60kms já estavam, sentia-me mais ou menos, penso que dava para continuar e lá fui cheio de vontade, em direção aos picos, só não sabia bem o que me esperava, daqui e até ao pico do Areeiro era sempre a subir, dos 625m de altitude até aos 1800m, Pico do Arreeiro, com passagem pelo meio no Pico Ruivo, começava a fazer sentir-se algum calor, na zona do Curral, para fazer um km demorava mais de meia hora, depois lá mais para a frente, perto do Pico Ruivo, mais uma crise de vomitos e sem forças para continuar, mas aos poucos lá ia indo, não tava fácil, como estava um dia muito bonito, sem nevoeiro, podia-se ver aquela beleza de paisagem, grandes montanhas, olhava-se para cima, pareciam que nunca mais acabavam, pareciam que iam pegar ao céu... Só por quem lá passou pode avaliar o quanto de magnifico é aquela zona...

Degraus, nem sequer vou falar deles... acho que o percurso é 75%, feito neles...
Chegado ao Pico do Areeiro, ao km 75, aqui sim, comi mais uma agua daquela canja, mas desta vez, juntei-lhe um pouco de arroz, parece que era o que precisava, mais uns copos de coca cola e seguir viagem...
Daqui para a frente, já era mais plano e de novo tinha renascido, parecia que a vontade e forças estavam de volta e assim foi até quase ao fim...
Novo abastecimento aos 89 km, no Poiso, começava a escurecer e íamos entrar numa zona muito densa de  vegetação, com muito bons sigle tracks.

Do Poiso até à Portela, foram 8kms, pareciam que nunca mais acabavam, as descidas já se tornavam dolorosas, os joelhos doíam e não só, acho que já doía tudo, se parasse acho que o motor já não arrancaria, por isso, havia que olhar em frente e seguir, aqui nesta zona, juntei-me a um amigo, dos 85km, que por sinal era da Madeira e segui até ao fim com ele... muito boa companhia.
Ele conhecia bem esta zona e ia-me alertando para os perigos que nos iam aparecendo, especialmente naquela zona de areia, zona muito perigosa...
Enfim... chegamos à levada que nos acompanharia até quase ao final, ai sim, deu para correr a um ritmo bom e ainda deu para um espalhanço, mas nada de grave, nem nada que as mão e os joelhos, não estejam habituados, levantar sacudir as mãos e seguir, as luzes em Machico já se avistavam, faltariam aí uns 3 a 4 kms... e com grande sacrificio e muita vontade, consegui terminar o MIUT/2015. Não foi como eu tinha previsto, fiz 2H30 a mais para aquilo que eu me tinha proposto, era fazer dentro das 20H...
Conclui com 22H36... 94 da classificação geral e 5º. do escalão.