terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

V Trilhos dos Abutres...2015



- Foi no passado sábado, dia 31 de janeiro, no “Ninho dos Abutres” em Miranda do Corvo, que se realizou, a V Edição dos Trilhos dosAbutres, composto por quatro provas. Ultra Trilhos, na distância de 50km e D+ de 2300, os Trilhos 25km e D*1300 e ainda a Caminhada Vila Nova “A Mirar o Concelho” 12km.
- No dia 1 de Fevereiro, domingo, pelas 10:00, realizaram-se os Trilhos Júnior "José Godinho", na Quinta da Paiva, dos 6 aos 17 anos, distâncias definidas em função da idade.
- Organização a cargo da Ass. Abutrica e dos Abutres Running Team, com o apoio dos Bombeiros Voluntários, da Câmara Municipal, das Juntas de Freguesias de Miranda do Corvo e Vila Nova, do Parque Biológico e dos Caminheiros do Espinho…
- Chegado ao pavilhão municipal, na companhia da minha paixão, por volta das 07H00, onde estava instalado o secretariado, dirigi-me ao mesmo a fim de levantar os dorsais e chips, quando fomos informado de que a prova tinha sido adiada em 2 horas, só às 10H00 é que iria ser dada a partida, tendo sido surpreendido com tal facto, questionei o porquê, ao qual me responderam, por segurança dos atletas, em virtude do percurso estar muito perigoso, os ribeiros e as linhas de água, levarem muita água e estamos a analisar o percurso…
- E assim foi, regresso ao carro, tentar descansar e por volta das 09H20, dirigi-me de novo ao pavilhão, mas desta vez, já equipado e com o material obrigatório na mão, para facilitar os elementos da organização que procedem à sua verificação e para evitar demoras na fila, às vezes causa atrasos aos outros, feito o controle foi aguardar até que chegasse o então muito esperado, sinal sonoro da partida.
- À hora prevista, partimos cerca de 580 aventureiros, em busca de glória e aventura, esta foi a minha quarta participação, nenhuma foi igual, em percurso e distância, mas em comum, todas tiveram muita dureza, água, lama e frio e esta não fugiu à regra, trail dos mais duros que se fazem por cá…  
 - Uma volta por dentro da localidade, passagem em frente à câmara e subir até ao Cristo Rei, para se descer pelas escadas e a cerca de 3km, estava o primeiro controlo do chip, seguimos junto a uma ribeira, atravessamos numa ponte de madeira, muito escorregadia que nos levaria para os trilhos, alguns troços bem conhecidos, das edições anteriores, ou mesmo da Utax, onde não faltava a água e a lama, que nos acompanharam até ao km 48, passagem no 1º. abastecimento aos 14kms, em Vila Nova, repor alguma energia e seguir, pois o caminho adivinhava-se que iria ser muito pesado e de difícil progressão, ainda para ajudar mais a diversão aos 18 kms, era meio dia, começou a chover, granizo, saraiva ou como se diz na minha terra, água de pedra e entravam entre a roupa e o pescoço, acompanhada de trovões e assim tive companhia até ao 2º. Abastecimento, km 22, nas Mestrinhas, 
 



num dos pontos mais altos, foi uma passagem rápida, para se continuar a subir, até aos cerca de 900 m de altitude, o frio nessa altura já era muito, os pés e as mãos geladas, muito nevoeiro, chuva tocada a vento, vento forte, as eólicas não se viam, são enormes, só se ouvia o ruído das hélices, lá no cimo estão duas pessoas à espera de algum familiar ou amigo que aí vem, é preciso coragem, depois da subida vem a descida, como se diz, foram cerca de 5 kms a descer até ao 3º. Abastecimento, Capela da Srª. da Piedade, ao km 29, ... aqui já estava mais de metade feita, mais um PC, foi aqui que foram barrados cerca de 50% do pessoal, devido ao tempo limite de passagem 05H30, algumas pessoas a aplaudirem, incentivarem quem ia passando, cito aqui alguns amigos, Herculano Pereira, Aníbal Godinho, Vitorino Coragem e entre outros, o meu obrigado pelo carinho e apoio que me deram.
Saída do abastecimento, sem perder muito tempo, só o necessário e seguir viagem porque se aproximava mais um trilho muito técnico, escadarias e uma subida por entre rochas e é preciso forças, essas que me vão começando a faltar, aparecem as primeiras dores nos pés e joelhos, isto do frio dá cabo de mim e acende-me as minhas artroses, começa a ser difícil, principalmente a descer, o que eu mais gosto de fazer.
 

... mas descidas agora só depois  de subir até ao Centro de BTT, bem lá no alto, o ponto mais alto da prova, até lá tanto frio que eu passei, todo gelado e assim foram mais uns quantos kms a subir, chegado ao 4º. Abastecimento, ao km 35, beber um pouco de coca- cola e toca a correr por aí abaixo, furar o nevoeiro, entrou-se num trilho espetacular, recordo-me dele do ano passado, numa zona de pinheiros, com muita caruma no chão o que tornava o piso fofinho, ai sim podia-se correr, para quem ainda tivesse pernas, o tempo ia passando os kms teimavam em não passar e começa-se a pensar no banho quente, em estar quentinho, mas ainda faltava muita coisa.
 PC ao km 39 em Gondramaz, aqui era mesmo obrigatório passar junto da zona de abastecimento, dava-se uma voltinha e cortava-se à direita, para iniciar uma descida, que nos iria levar até quase à meta, mas ainda faltavam uns 10 kms, zona ribeirinha, muita água, pontes de madeira, troncos, passar para lá, para cá, dum lado e doutro das margens, cascatas, quedas de água, sempre bem acompanhados pela água e os pezinhos sempre lavados, é uma das características desta prova, é difícil descrever tantos locais e momentos que nos marcaram…
Chegado ao último abastecimento em Espinho ao km 44, abastecimento no interior de uma casa, foi passar ao lado e seguir, para tentar terminar, só já faltava a levada que nos levaria de volta a Miranda, mas até lá, muita lama iria correr e nós a andar, não dava mesmo para correr, ainda era de dia, mas não ia arriscar, sempre que dávamos um passo nunca sabíamos se nos iríamos enterrar, pelo tornozelo, pelo joelho ou mesmo até à cintura, todas estas aconteceram, lama muita lama, mais parecíamos uns porcos no lameiro, mas não deixa de ter a sua graça e é disto que nós gostamos…Cada um dizia aquilo que lhe vinha à cabeça, os elementos da organização, deviam estar com as orelhas bem vermelhas… de muitos elogios…
Entrada na ponte pedonal, faltam cerca de 2 kms, pelas ruas e pista de ciclovia e lá se avistou a última subida, aquela que se sobe de gatas...E assim foi, ainda tentei mas escorregava bastante, e se terminou mais uma aventura, das difíceis, e bem difíceis, este ano com o pior registo de sempre em quase uma hora, com o tempo de 06.45', classificação 43º. da geral… 2º. do escalão, onde o vencedor do escalão foi um miúdo de 50 anos que só ficou em 3º. da classificação geral, Vítor Cordeiro, para ele, especialmente os meus parabéns…

 - A Antonieta também conseguiu terminar com o tempo de 08.52, classificação geral 237 e 10ª. das senhoras e 1ª. do escalão F/45.
Os grandes vencedores foram:
Ultra Trail:
Masculinos - Ricardo Silva (EDV-Viana Trail) com o tempo de 05:07, seguido de Nuno Silva (Desnível Positivo), com 05:09 e Vitor Cordeiro (AC Portalegre) que fez o tempo de 05:26.
Femininos - Ester Alves (Salomon-Suunto) com 06:28, seguida de Sofia Roquette, com 06:41 e Cláudia Carreira com 07:25, ambas do Offtel Runners.
Trail:
Femininos - Patrícia Carreira (Offtel Runners) com 03:04
Masculinos - Luis Fernandes (Luden Machico) com 02:35
Deixo aqui os parabens à organização Abutrica, que tudo fez para que nós nos divertissemos e nada nos acontecesse de mal.
veja aqui as resultados
 

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