Realizou-se no passado sábado,
dia 28 de Fevereiro, com início às 00H00, sexta feira à noite, e 1 de março, a
VI Edição do Trail de Conimbriga Terras de Sicó, em Condeixa a Nova, nas
distâncias de 111 kms (115), 65 kms e 25 kms, provas competitivas e ainda uma
caminhada de 17kms.
- Organização a cargo da Associação
Desportiva “OMundodaCorrida”, com o apoio da Câmara Municipal de Condeixa a
Nova e das Juntas de Freguesia do concelho.
No meu caso, a prova em que
participei, iniciou às 00H00, 111 kms que se estenderam até aos 115…
-Preparativos bem cedo, durante o
dia que antecedia o início da prova, descansar um pouco mais que o habitual e
preparar o material para me acompanhar, durante a noite e alguma parte do outro
dia. Arranjar sacos para deixar nos locais de base de vida aos 50, novamente em
Condeixa, no pavilhão e aos 93 em Tapeus.
Como o tempo não para e passa
depressa, chegou a hora de iniciar a viagem até Condeixa a Nova, duas horas de
viagem e chegado ao destino, por volta das 21:00, tal como o estipulado.
Levantamento do dorsal, no
secretariado da prova, dar uma volta pela zona de partida, Praça da República,
rever alguns amigos, um pouco de conversa, o costume, dar uma espreitadela
pelas tendas dos artigos de desporto e ir para onde estava instalado, no
pavilhão municipal para equipar e fazer a distribuição dos sacos para as base
de vida 1 e 2.
Locar da partida, já bem composta, por atletas e seus familiares e algumas pessoas da terra, controlo 0: - verificação de material e entrada na zona de partida, algumas fotos da praxe com os amigos, para mais tarde recordarem. Agora era esperar que chegasse a hora para o início desta, mais uma, grande aventura.
Finalmente chegou a hora da contagem decrescente, o grande ultramaratonista, João Colaço, já com o revolver na mão, preparado para o disparo, mas, chegado o momento, o revolver decidiu não deflagrar a bala, pelo que não houve o som do disparo, mas partimos da mesma, para esta aventura por terras do Sicó… pela noite dentro e manhã…
Noite escura, com a chuva e algum
nevoeiro, frontal com pouca luz, nem sei bem por onde andava, andava ali, ia
atrás dos outros, aquilo que as pernas deixavam.
Passagem pelo 1º. posto de
controle aos 10kms, Poço, seguir e atingir o 2º. aos 16, Zambujal, onde tinha a
minha Paixão à espera que eu passasse, para dar uma forcinha e desejar boa
sorte, o meu obrigado, por estar ali àquelas horas a apoiar-me… sei que foi
difícil para ela, não estar a participar.
Continuar porque ainda era cedo
para descansar e lá ia indo em direção a Penela, onde se encontrava o 3º. PAC,
junto ao Castelo, mas antes, descrevo-o tal como o vi nessa altura, continuava
a chuva e o nevoeiro, mais parecia uma imagem de um postal, via-se só a parte
superior, a que estava mais iluminada, até parecia que estava suspenso no ar… “imagem
muito bonita”, mas para lá chegar, ainda tinha que subir umas escadas. As
pernas já começavam a pesar, passagem pelo mesmo, com muita gente na zona do
abastecimento, à espera dos familiares que iam passando.
Próximo PAC aos 40 kms em
Beiçudo, mas antes disso uma surpresa, por volta dos 32, 33, um abastecimento
inesperado, seguir a indicação das marcações e passar pelo interior de um café,
qual o espanto quando deparei com uma grande mesa bem composta de tudo,
bebidas, bolos, queijos, nada faltava, mais parecia uma mesa de um casamento e
em volta, muita gente simpática a aplaudir, entrei e meio espantado, perguntei
se me tinha enganado, mas não, estavam mesmo à espera dos atletas que iam
passando, para os mesmos poderem aquecer um pouco o estômago, com algumas daquelas
iguarias e darem algum ânimo, apoio e um pouco de carinho, pela noite fora aos
mesmos que iam passando, pois a mesma ia ser longa…
Sem perder muito tempo, lá fui
indo, aos poucos, progressão lenta atingindo, assim o PAC. Pequena pausa, comer
alguma coisa, duas ou três fatias de presunto, pão e um copo de coca-cola. Muita
gente em volta da mesa do abastecimento e estava na hora de sair, para dar
lugar aos outros.
Mais uns kms, em direção a
Condeixa, com alguns companheiros que iam passando, mas tive sempre como
companhia as marcações do percurso, aquela luzinha nas fitas quando se apontava
para lá a luz do frontal, e assim me ia distraindo para ajudar a passar o
tempo, mais à frente foi necessário trocar de frontal, desta vez, optei por
levar outro, para não estar a mudar as pilhas.
Entrada na vila, em direção ao
pavilhão, no interior do mesmo, estava instalada a Base de Vida 1, para quem
quisesse mudar de roupa, ou descansar um pouco. Na escola, logo ali ao lado, o
abastecimento, dos supostos, 50 kms… na companhia da minha Paixão que me
acompanhou até aquele, bebi um café e comi uma broa e continuei.
Quase metade já estava, eram
cerca de 05:30., só faltava a outra metade e mais 1h30m para começar a clarear
o dia, mas com esta chuva e nevoeiro ia ser difícil, em alguns locais, o
nevoeiro era mesmo muito e o frio apertava, os meus joelhos bem o sentiram e na
parte final, a última descida já foi quase sempre a caminhar… tenho que
arranjar uns joelhos novos…
Saída da escola, passagem
novamente pelas ruínas, para depois entrarmos numa da zonas mais técnicas do
percurso, junto a um ribeiro, onde tínhamos que descer com algum cuidado, iluminação
com umas tochas e candeias, mas sempre bem apoiados pelos bombeiros.
Passagem novamente no
abastecimento – Poço, onde tinha sido o 1º., curta paragem e seguir viagem,
aqui já se iam ouvindo os galos a cantar, sinal que o dia estava quase a nascer,
mas com pouca vontade, continuava a chuviscar e algum nevoeiro, esta zona, já
conhecida das edições anteriores, seguiu-se um trilho bom para correr, tipo
pista de BTT, zona de alguma vegetação e descer até a uma quinta, onde estava
instalado o 7º. PAC – Rabaçal aos 64 Kms.
Como sempre, sem perder muito tempo, porque prá frente é que é o caminho, lá fui seguindo conforme conseguia, à frente esperava-nos uma das subidas, aquela que atingia o ponto mais elevado, foi feita de gatas, escorregava bastante, ainda foram cerca de 5 kms a subir.
Depois de subirmos tudo, há que descer e foi o que aconteceu, descer com passagem pelo 8º. PAC em Degracias, ao 74 km, aqui bebi um chá, morno, comer, já não era capaz e seguir até ao próximo abastecimento em Poios o 9º. PAC, 83 km, onde estava o meu amigo Soeiro de Brito.
Como sempre, sem perder muito tempo, porque prá frente é que é o caminho, lá fui seguindo conforme conseguia, à frente esperava-nos uma das subidas, aquela que atingia o ponto mais elevado, foi feita de gatas, escorregava bastante, ainda foram cerca de 5 kms a subir.
Depois de subirmos tudo, há que descer e foi o que aconteceu, descer com passagem pelo 8º. PAC em Degracias, ao 74 km, aqui bebi um chá, morno, comer, já não era capaz e seguir até ao próximo abastecimento em Poios o 9º. PAC, 83 km, onde estava o meu amigo Soeiro de Brito.
Mas antes, perto dos 81 kms havia
um trilho espetacular, por meio das arvores, todo tapado por cima e nas
laterais, muito bom mesmo.
Daqui seguia-se para o PAC 10 –
Base de Vida 2, em Pateus, ao 93 km, foi aqui que consegui a desejada cerveja,
da noitada de copos, e comi um pouco de leitão e pão…
Ficava ali mais um bom bocado, a
descansar, mas como tinha uma pessoa à minha espera, no local da meta, tive que
continuar.
Lá fui, umas vezes a correr
outras a caminhar, naquele ribeiro, de trilhos técnicos e perigosos, devido à
muita lama e pedras, tornava-se muito escorregadio, em edições anteriores, fazia-se
a descer, este ano fui a subir… e de Tapéus até Casmilo, último dos PAC, aos
100, foi praticamente sempre a subir, cerca de 7 kms a doer, mas nas descidas
ainda doía mais e assim aos poucos e poucos, ia-me aproximando do objetivo
proposto, chegar ao fim, se possível abaixo das 17horas.
Deste último, até à meta,
percurso já familiar, aquela subida, sempre difícil, até à capela e depois a
decida, técnica como eu gosto, mas não dava mais para correr.
Ao chegar junto da via rápida,
pensei que já estava perto da meta, mas engano o meu, ainda faltavam uns 5 kms,
mas não podia desanimar, quem chegou aqui também consegue ir mais uma pouco,
bora prá frente.
O relógio aqui já tinha morrido, há
algum tempo, só dá para cerca de 12 horas e nessa altura ia com os 100 quase
completos…
E assim, consegui terminar mais
esta grande aventura (grande para mim), por terras do Sicó, em “noitada de
copos II” a Saga segue dentro de um mês…
Terminei com os objetivos concluídos: 1º. terminar, 2º. abaixo das 17horas…
Terminei com os objetivos concluídos: 1º. terminar, 2º. abaixo das 17horas…
22º. da geral com o tempo de
14.29’. a contar para o Circuito Nacional de Trail Ultra Endurance.
Afinal, pensava eu que tinha
alguém na meta à minha espera, puro engano, esse alguém andava no meio da
serra, eu acabadinho de chegar todo roto, sem forças, recebo um telefonema
dessa pessoa, “Vem me buscar, estou aqui na serra…”
Quanto à organização, como sempre
está de parabéns, muitos abastecimentos com tudo o que é necessário, para os
atletas, vários locais com sopa, quentinha café e chá, nada a apontar.
Em relação às marcações, não
estavam más, às vezes pecavam por estarem longe uma das outras.
Quanto à assistência e apoio muito
boa, com várias ambulâncias e muitos bombeiros presentes, nos cruzamentos e
mesmo nos troços mais difíceis e perigosos do percurso.
Sem comentários:
Enviar um comentário